UTISMO EM MENINAS PODE SER MAIS DIFÍCIL DE DIAGNOSTICAR
Pesquisa diz que meninas apresentam menos sinais associados à doença. Comportamento pode fazer com que casos não sejam diagnosticados.
Meninas com uma forma mais amena de autismo têm menos probabilidade de serem identificadas e diagnosticadas do que meninos, segundo uma nova pesquisa britânica.
Segundo os pesquisadores, que apresentaram a pesquisa na reunião do Royal College of Psychiatrists, na Grã-Bretanha, as meninas mostram sintomas diferentes e menos sinais mais tradicionalmente associados com o autismo, como comportamento repetitivo.
Os cientistas afirmaram que, devido a este problema, alguns casos de autismo em meninas podem acabar não diagnosticados.
Quase 600 crianças participaram do estudo, 493 meninos e 100 meninas, todos com transtorno do espectro autista.
A maioria, 457, tinha passado por consultas na Clínica de Distúrbios Sociais e de Comunicação no Hospital Great Ormond Street, de Londres.
Os outros casos estudados foram encaminhados pela Clínica de Psiquiatria Infantil do Royal Hospital de Sunderland e da Clínica de Psiquiatria Infantil do Hospital Universitário de Tampere, na Finlândia.
Relacionamentos
Todas as crianças analisadas eram descritas como indivíduos cujos sintomas não eram totalmente relacionados com casos clássicos de autismo.
Apesar de estas crianças ainda apresentarem dificuldades de socialização, comunicação e comportamento, seus sintomas eram menos rigorosos.
E os pesquisadores concluíram que as diferenças na severidade do comportamento podem levar a uma tendência contra a identificação do problema em meninas.
Com base na experiência clínica, os pesquisadores observaram que as meninas tinham mais probabilidade de ter interesses obsessivos centrados em pessoas e relacionamentos.
Estes interesses podem ser mais bem aceites pelos pais e, por isso, não são relatados aos médicos.
Estes tipos de obsessão também têm menos chances de ser descobertos com o uso de questionários padrão para o diagnóstico do problema.
Os estudiosos afirmam que são necessárias mais pesquisas para analisar como o autismo se manifesta de forma diferente entre meninos e meninas.
Sociedade
Judith Gould, da Sociedade Britânica de Autismo, afirma que é possível que muitas meninas escondam melhor suas dificuldades para ficar de acordo com a sociedade.
"Características como timidez e sensibilidade muito alta, comuns em pessoas afectadas pelo autismo, algumas vezes são consideradas como traços tipicamente femininos", afirmou. "Mas, se um menino apresentar estas características, os pais poderão ficar preocupados."
Para Gould, a forma como o autismo se apresenta em mulheres pode ser muito complexa. Muitas mulheres e meninas não são diagnosticadas.
De acordo com o professor Simon Baron-Cohen, especialista em autismo da Universidade de Cambridge, são necessários mais estudos.
"Esta é uma questão clínica muito importante e existem poucos estudos tratando disso", afirmou. "Não deveríamos supor que autismo ou Síndrome de Asperger serão parecidos para ambos os sexos".
In BBC Brasil
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1 comentário:
Tenho uma filha de 19 anos que é autista,tive certeza disso quando chegou a puberdade por volta dos 15 anos quando começaram as crises de eplepsia.
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