ScienceDaily (Sep. 1, 2009) — O autismo pode construir um muro que empobrece a comunicação entre os que se debatem com a sua condição e as suas famílias. Mas se, por um lado, um computador pessoal pode ajudar a ultrapassar a separação, por outro a distracção e a complexidade de um teclado pode ser um obstáculo inultrapassável.
Recorrendo a um teclado único de duas “teclas” e um novo curriculum, os professores envolvidos no Projecto Blue Skies estão a proporcionar às crianças com autismo a capacidade de comunicar e de explorar o mundo online.
No centro do projecto está um dispositivo chamado OrbiTouch. O especialista em engenharia humana Pete McAlindon, da BlueOrb, em Maitland, Fl, concebeu o conceito que sustenta o OrbiTouch há mais de uma década com o objectivo de prevenir a síndrome do túnel do carpo e permitir o acesso ao computador para pessoas com uso limitado ou sem qualquer uso dos dedos.
Desenvolvido com o apoio de dois prémios National Science Foundation (NSF) Small Business Innovation Research (9661259 e 9801506) o conceito de representação dos toques de teclado com movimentos emparelhados foi fundamental para a concepção desde o seu início.
“Se não é capaz de usar um teclado e um rato de uma forma eficaz ou de todo devido a uma incapacidade física, quais serão as hipóteses de vir a usar um computador?”, perguntou McAlindon. “O OrbiTouch foi concebido para que as pessoas com incapacidades físicas ou de desenvolvimento possam usar os seus computadores.”
O curriculum do Projecto Blue Skies baseia-se nas funções do OrbiTouch que permitem ao utilizador introduzir letras, símbolos e qualquer outro comando manipulando independentemente dois comandos em forma de rato de computador para a frente, para trás, na diagonal e para os lados.
Para as pessoas portadoras da síndrome do túnel do carpo, bem como para os que têm outros problemas nas mãos e nos dedos, os movimentos necessários para operar o OrbiTouch são bastante mais acessíveis que os necessários para operar um teclado.
No projecto Blue Skies, o hardware é compatível com formação, ajudas práticas, como sejam jogos, e ferramentas de avaliação. Os dispositivo dos dois comandos é ideal para as pessoas com autismo pois provoca menos distracção do que um teclado e não exige movimento dos dedos.
Para além disto, as várias combinações de letras e números são criadas através da combinação de esquemas de cores indicados nos dois comandos, pelo que a prática se assemelha facilmente a um ambiente de jogo.
Os professores orientam os estudantes e monitorizam o seu progresso, sobretudo ajudando as crianças a comunicar melhor com as suas famílias. O principal objectivo do Projecto Blue Skies é o de ajudar as pessoas com autismo a fortalecer as suas capacidades sociais, mas McAlindon está a trabalhar com parceiros no sentido de iniciar a integração de formação tradicional no programa.
“Vi como Pete McAlindon evoluiu e se modificou na última década”, disse Sara Nerlove, presentemente directora do programa das parcerias NSF para a Inovação. “Ele pegou no conceito que desenvolveu durante a pesquisa para a sua dissertação e, fazendo uso das suas capacidades enquanto especialista em engenharia humana, transformou-o num aparelho muito criativo para ajudar pessoas com incapacidades. Esta sua capacidade e esta persistência resultaram na evolução da sua tecnologia para uma adaptação engenhosa, que cumpre o seu objectivo de permitir às pessoas com incapacidades um esforço sustentável.”
McAlindon continua a trabalhar com os seus colegas no sentido de encontrar aplicações para a sua abordagem, tendo recentemente aplicado o sistema a controladores de jogos de vídeo, permitindo a centenas de milhar de jogadores online eliminar o seu teclado usando o software BlueOrb's Switchblade. Esta abordagem ao jogo cresceu exponencialmente durante o último ano ao acompanhar o lançamento de um dos mais importantes jogos online do mundo para múltiplos jogadores.
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Adaptado de material fornecido por National Science Foundation
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