14.04.2009 - 16h10 Sofia Rodrigues
As expressões “autista” e “autismo” deixarão de ser usadas na retórica parlamentar, à luz de um acordo a que chegaram hoje os líderes parlamentares, em conferência de líderes, em resposta a um apelo de um deputado do PSD.
O deputado Luís Carloto Marques, do Movimento do Partido da Terra, eleito pelas listas do PSD, alertou para o uso recorrente das palavras “autismo” e “autista” nos debates parlamentares para identificar situações de alheamento face aos problemas.
Segundo o apelo do deputado, entregue ao Presidente da Assembleia da República a propósito do Dia Mundial de Consciencialização do Autismo, celebrado a 2 de Abril, só na actual legislatura as expressões “autista” e “autismo” aparecem referidas, respectivamente, em 66 páginas de 57 diários e em 91 páginas de 66 diários.
O deputado pediu para que os deputados confinem o uso das expressões apenas “ao seu contexto adequado, ou seja, tão-só o da análise dos direitos das crianças e dos jovens com autismo”. O autismo é um distúrbio de desenvolvimento que afecta as capacidades de comunicar e de interagir socialmente.
quarta-feira, 15 de abril de 2009
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1 comentário:
«A vice-presidente da delegação norte da Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo (APPDA) manifestou-se, por sua vez, "totalmente a favor" da decisão dos líderes parlamentares. Ao JPN, a responsável evidencia que "os deputados não devem usar um termo que seja uma limitação" por se tratar de "uma falta de respeito pela pessoa com autismo".
"Não é correcto nem aceitável vindo de pessoas com formação como os deputados. Deviam usar outras palavras, dar o exemplo e falar um bom português", argumenta Ana Maria Gonçalves. A responsável da APPDA-Norte apela, por fim, ao refreio de palavras que remetam para outro tipo de doenças ou limitações como "cego", "surdo" ou "histérico".»
Por Miguel de Azevedo Carvalho in JPN
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